Título: Sob o Céu que não existe
Autor: Veronica Rossi
Págs: 296
Editora: Planeta
Género: Fantástico
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O Livro
O mundo mantinha-os separados, mas o destino reuniu-os.Aria viveu toda a vida no Casulo protegido de Reverie. Este era o seu mundo e nunca pensou sobre o que estaria para lá das fronteiras.
Mas, quando a mãe desaparece, Aria vê-se confrontada a sair para o exterior para a procurar, e a sobrevivência no deserto o tempo suficiente para a encontrar parece impossível.
Então Aria encontra um estranho chamado Perry. Ele também está à procura de alguém. Mas é um Externo, um Selvagem, contudo é a única pessoa capaz de a manter viva na travessia do deserto.
E se conseguirem sobreviver serão a esperança um do outro para encontrar respostas às perguntas que vão surgindo à medida que se vão conhecendo.
Opinião
Um livro fresco, leve, sendo um livro do fantástico, o mundo criado foi consistente durante a narrativa e plausível "qb".
Este livro foca um universo distopico* cuja vida de algumas das personagens sustêm-se numa realidade virtual que as satisfaz colmatando os riscos inerentes ao isolamento e ambientes super protegidos, e as tira de um ambiente físico claustrofóbico.
Por outro lado, temos também o oposto, uma envolvente agressiva, desprotegida e de sobrevivência. Este é o mundo de Perry.
O toque futurista e o romance são características desta história que se revelam desde cedo.
Este livro prendeu-me desde o inicio, a descoberta deste mundo é feita através de duas personagens, Aria (Moradora) e Perry (Externo) que representam, numa primeira análise, universos diferentes e antagónicos, e nos vão mostrando contrastes entre os seus mundos e a organização das sociedades em que se inserem.
Achei que as personagens podiam ser um pouco mais exploradas, mais aprofundadas, o "backstory" (passado) deveria ter mais realce. Contudo acho que não prejudica a história nem a mensagem que se quer passar. Dá sim um ar mais leve e acessível à história, pensado obviamente para um público Juvenil/adulto.
O que apreciei neste livro: simplicidade do enredo, sem necessidades de forçar cenários ou acontecimentos. Fluidez da leitura e escrita atractiva. E sobretudo o potencial de evolução da série.

Os paralelismos com a nossa sociedade são traços fortes que sustêm a credibilidade do enredo.
Eu gostei. É um livro que facilmente consideraria para uma prenda de Natal.
*«As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.» (Wikipedia)