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Linda - Como no Homicídio de Linda de Leif Gw Persson




Evert Bäckström, um inspetor «atarracado e primitivo» faz a sua estreia no primeiro livro da trilogia com o seu nome. 

Durante um verão invulgarmente quente na Suécia, em que a grande notícia são mesmo as temperaturas, uma jovem é assassinada. 

Os principais efetivos da polícia de Estocolmo estão de férias e o caso é entregue a Evert Bäckström, um homem que dá mais trabalho do que cem delinquentes, se não mais. Enquanto o homicídio de Linda ocupa as primeiras páginas dos jornais sensacionalistas e dos noticiários televisivos, Bäckström lidera uma investigação que quase lhe escapa das mãos, não fosse o esforço extraordinário da sua equipa. 

Uma magnífica intriga policial, onde brilha sobretudo a sátira através do seu protagonista, o anti-herói e politicamente incorreto Evert Bäckström. 


 
Leif G. W. Persson é o mais célebre dos criminologistas escandinavos e especialista em perfis psicológicos. 
Foi conselheiro do Ministério da Justiça sueco e é professor da Escola de Polícia sueca, sendo regularmente consultado na qualidade de maior especialista em crime do seu país natal. A par destas suas atividades, há mais de três décadas que vem escrevendo policiais que, com a sua capacidade de observação, saber profissional e desarmante sarcasmo, têm conquistado legiões de leitores em todos o mundo.

Detentor de diversos prémios literários, entre os quais, o prémio da Academia Sueca de Escritores de Crime (três vezes), o prémio de Melhor Policial Escandinavo, o prémio Petrona e o prémio da Academia Dinamarquesa de Escritores de Policiais.

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Opinião: As Instruções da Pitonisa de Erik Axl Sund


 

Um carro é devorado pelas chamas em Tantoberget.

No interior, estão os corpos carbonizados de duas mulheres, as principais suspeitas dos homicídios em série das antigas alunas do internato de Sigtuna que Victoria Bergman frequentou.

Na posse de uma delas, a polícia encontrou várias polaroides das vítimas rodeadas por túlipas amarelas.

A detetive Jeanette Kihlberg compreende que, sob a aparência de suicídio, a febre da morte prossegue o seu caminho.

Sofia Zetterlund mantém as sessões de autoterapia para tentar, finalmente, compreender quem realmente é, ao passo que Victoria Bergman se recusa a ser dominada e ameaça continuar.

Entretanto Madeleine pensa na sua próxima vítima. É tempo de pagar.





 Jeanette Kihlberg não vai descansar enquanto não conseguir encontrar os culpados, e como até agora, os seus superiores não serão o ideal aliado.  Estará Jeanette preparada para um mergulho tão profundo neste sub-mundo?

A relação entre Jeanette e Sofia ganha outro significado. E Vitoria intensifica a sua vontade de emergir.


Como um devoto leitor de nordic noir, esta é de facto uma trilogia espantosa, com uma evolução extraordinária entre os livros. Perguntaram-me se era melhor que a trilogia de Stieg Larsson, e para mim a resposta é simples, são livros diferentes, ambos com muita intensidade e personalidade. Jogam em espaços (“campeonatos”) diferentes.


Quanto à trilogia: "A rapariga-corvo" (livro 1), considerei-o espectacular e serviu para construir a estrutura da trilogia, o "Fome de Fogo" (livro 2) sofreu visíveis evoluções, achei-o mais robusto, mais complexo e provocador. O terceiro "As instruções da Pitonisa" (livro 3) é o culminar com mestria da trilogia, dando argumentos sólidos para a sua leitura e quebrando a previsibilidade, acabando por ser audaz e provocando o leitor com o desfecho.


O que me apaixona neste sub-género ("Nordic noir") é uma escrita mais crua, mais verosímil. Uma escrita mais próxima que explora as fragilidades humanas e expõe coerentemente a parte mais sombria da existência humana, sem grandes filtros.


Relativamente ao livro: "As instruções da Pitonisa". A escrita é intensa, clara e envolvente. Excelente dinamismo, boa fluidez e uma leitura viciante.


A estrutura, como em livros anteriores, divide-se entre o presente e o passado, ajudando a compreender a envolvente do enredo. 


O livro tem um detalhe interessante, no início existe uma lista das personagens e um pequeno texto para relembrar o leitor, ou contextualiza-lo. Não é nada inédito, é certo, mas mostra preocupação e melhora substancialmente a experiência do leitor.


Um dos pontos fortes deste livro prende-se com o facto de haver muitas reviravoltas e colocar em causa muitas das "certezas" e ideias que vamos construindo ao longo dos dois primeiros livros, o que o torna sedutor e provocador ao mesmo tempo.


Sem contudo beliscar a obra, que acho extraordinária, há um detalhe que gostaria de referir, falta a tradução de algumas frases em alemão e inglês, embora a sua falta não coloque em causa a compreensão do contexto. Mas que, como disse, no meio de uma grande obra é um detalhe que perde o seu significado.


Quanto ao desfecho, e não querendo desvendar nada, julgo que vai ser, no mínimo, controverso para muitos leitores! Eu, pessoalmente, adorei o desfecho, por muitas razões. A primeira prende-se pela coragem dos autores nas opções tomadas, não são todos os autores que se expõem desta maneira e optam por caminhos mais tradicionais. Gostei também do sabor agri-doce que fica pela conjugação da punição dos culpados e do término da investigação. Gostei ainda do realismo do mesmo, da falta subterfúgios para nos apresentarem um final cor de rosa. Acho que este tipo de desfecho é mais coerente com o sub-género.


A trilogia Victoria Bergman construiu um espaço próprio na literatura nordic noir, inovando e diferenciando-se na linha da frente da escrita nórdica. 


A não perder. Recomendadissimo.

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As Instruções da Pitonisa de Erik Axl Sund


«Prémio Especial da Academia Sueca de Escritores de Crime.»


Um carro é devorado pelas chamas em Tantoberget.

No interior, estão os corpos carbonizados de duas mulheres, as principais suspeitas dos homicídios em
série das antigas alunas do internato de Sigtuna que Victoria Bergman frequentou.

Na posse de uma delas, a polícia encontrou várias polaroides das vítimas rodeadas por túlipas amarelas.

A detetive Jeanette Kihlberg compreende que, sob a aparência de suicídio, a febre da morte prossegue o
seu caminho.

Sofia Zetterlund mantém as sessões de autoterapia para tentar, finalmente, compreender quem realmente
é, ao passo que Victoria Bergman se recusa a ser dominada e ameaça continuar.

Entretanto Madeleine pensa na sua próxima vítima. É tempo de pagar.


 
Erik Axl Sund é o pseudónimo do duo de autores suecos Jerker Eriksson e Håkan Axlander Sundquist. Håkan nasceu em 1965 e é engenheiro de som, músico e artista.

Jerker, nascido em 1974, foi produtor da banda eletropunk de Håkan, iloveyoubaby!, e atualmente dedica-se a tempo inteiro à escrita. Os seus romances

viciantes e negros, que fazem parte da trilogia As Faces de Victoria Bergman, tornaram-se um êxito imediato, tanto a nível comercial como da crítica. A trilogia é o mais recente fenómeno na literatura criminal da Suécia.

www.erikaxlsund.com

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Opinião: O Jogo de Anders De La Motte




 

Henrik Pettersson, «HP», encontra acidentalmente um telemóvel que o convida a entrar num jogo de realidade alternativa. Passado o teste de admissão, começa a receber uma grande variedade de missões emocionantes, todas elas filmadas e avaliadas secretamente. HP deixa-se imediatamente conquistar por este jogo, mas não tarda a perceber que ele não é tão inocente como a princípio parecia. A inspetora da polícia Rebecca Normén é o oposto de HP. É uma mulher com perfeito controlo da sua vida e uma carreira ambiciosa em ascensão. Tudo seria perfeito não fosse o bilhete escrito à mão que ela encontra no seu cacifo. Seja quem for que o escreveu, sabe demais acerca do seu passado.

Os mundos de HP e Rebecca aproximam-se inevitavelmente um do outro. Mas se a realidade é apenas um jogo, então o que é real?

 






A primeira ideia que me surgiu quando vi o livro foi o filme, com o mesmo nome, de 1997 interpretado pelo actor Michael Douglas. Um filme extraordinário, devo acrescentar. O que de alguma forma aumentou ainda mais a curiosidade.


Embora haja (poucos) pontos em comum, a história e o propósito são claramente divergentes. O interessante é que o autor não se coibiu de utilizar outras referências cinematográficas de grandes obras para dar referenciação e uma imagem mais próxima ao leitor.


Um dos detalhes que mais gostei foi a escolha da personagem principal. A escolha de um anti-heroi. Estamos habituados a ver personagens determinadas, personagens com uma humanidade transcendente e com um sentimento ético apurado. E se não têm estas características, vão as ganhando no desenvolvimento da história.


Herrik Petterson (HP) tenta fugir dos estereótipos literários, é uma personagem interessante, egoísta, egocêntrico, comodista, focado essencialmente no seu bem estar e nas suas próprias necessidades imediatas. Julgo que aqui foi sacrificado um pouco o conflito interno da personagem, mas ganhou-se na diferenciação e na caricatura de um tipo de jovem que prolifera na nossa sociedade.


Aqui está a critica social, característica da literatura nórdica, utilizando o HP, o autor consegue um retrato interessante de parte da nossa sociedade, da inércia, da falta de motivação numa sociedade onde se criou a ideia que tudo nos é devido, e tudo aparece feito, onde tudo que se consome (informação, produtos, …) têm de estar à distância de um clique e não pode envolver grande esforço.


Dai perceber que a evolução da personagem (HP) não possa ser para a pessoa responsável e de ética irrepreensível, pois deixaria de ser verosímil. Alguns dirão que ainda faltam dois livros e essa reviravolta pode acontecer. Concordo, contudo ... não nos podemos esquecer que este primeiro livro não foi pensado como trilogia, mas sim como uma obra única. :) E a mensagem é clara e bem conseguida.


A personagem Rebecca Normen, é uma agente em ascensão, focada, responsável, profissional e que de alguma forma rivaliza e acentua as características de HP.


Os ingredientes deste thriller são actuais e atractivos: jogos, novas tecnologias, hackers e nerds da informática que se tornam eremitas.


Realça-se o equilíbrio do suspense, a actualidade do tema e a verosimilitude da história.

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